Ao todo, 59% dos 108.863 quilômetros pesquisados apresentam problemas no estado geral de conservação

A Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) divulgaram ontem, dia 23 de outubro, a 23ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. Segundo a análise, a qualidade das vias brasileiras piorou no último ano.

O estado geral das rodovias apresenta problemas em 59% da extensão dos trechos avaliados. Em 2018, o índice foi de 57%. Também está pior a situação do pavimento (52,4%), da sinalização (48,1%) e da geometria das vias (76,3%). No ano passado, as avaliações foram de 50,9%, 44,7% e 75,7% com problemas, respectivamente.

O número de pontos críticos identificados ao longo dos 108.863 quilômetros pesquisados aumentou em 75,6%, passando de 454 em 2018 para 797 em 2019. Na pesquisa da CNT, são avaliadas as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais, também pavimentados. Nessa edição de 2019, foram percorridas todas as cinco regiões do Brasil durante 30 dias (de 20 de maio a 18 de junho), por 24 equipes de pesquisadores.

Além de abordar a situação das rodovias sob gestão pública e sob gestão concedida, o estudo também realiza o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, além de restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias.

Neste ano, a novidade foi o Painel CNT de Consultas Dinâmicas da Pesquisa CNT de Rodovias no site da confederação, no qual é possível verificar, entre outros aspectos, os resultados nacionais e por unidade da federação, dados de investimentos, acidentes e meio ambiente.

Ainda segundo a pesquisa, as condições das rodovias impactam diretamente nos custos do transporte. Neste ano, estima-se que, na média nacional, as inadequações do pavimento resultaram em uma elevação do custo operacional do transporte em torno de 28,5%, sendo que o maior índice foi registrado na Região Norte (38,5%).

O presidente da CNT, Vander Costa, destaca a importância do investimento para que seja possível manter e expandir a malha rodoviária brasileira, garantindo a qualidade do tráfego de veículos. “É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível”, afirma. Ainda segundo ele, a priorização do setor nas políticas públicas e a maior eficiência na gestão são imprescindíveis para reduzir os problemas nas rodovias e aumentar a segurança no transporte.